quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Reforma e Espiritualidade Clássica,


Osmar Ludovico da Silva

Membro do grupo Nós Também Somos Igreja, o Pastor Osmar Ludovico Silva, partilha com os leitores e leitoras, as suas reflexões sobre o tema do epígrafe. Ele foi fundador da Comunidade de Jesus em São Paulo e Rio. Escreveu o livro "Meditatio" publicado pela Editora Mundo Cristão.

Hoje atua na area de mentoria espiritual.A chamada igreja evangélica atual tem origem na Reforma, e ao longo do tempo recebeu a contribuição de diversos movimentos como: anabatismo, puritanismo, pietismo, avivamentos do século XVIII, sociedades missionárias, fundamentalismo, pentecostalismo clássico, missão integral e neo-pentecostalismo.

Foram sopros do Espírito Santo ao longo da História, intervenção de Deus para dentro da realidade humana, com suas instituições, seu poder político e econômico. Nenhum destes movimentos é perfeito, cada um deles tem sua luz e sua sombra. É um equivoco abraçar algum deles incondicionalmente.

A tendência que se observa é abraçar um destes movimentos como a última e definitiva revelação de Deus e excluir os demais, considerando-os inferiores e muitas vezes até hereges.Como cada um destes movimentos tem aspectos positivos e negativos, torna-se fácil criticá-los e combatê-los, principalmente porque geralmente a partir da segunda e terceira geração depois da visitação de Deus, a tendência é o engessamento e a institucionalização com suas estruturas de poder.Ser evangélico hoje significa andar nos passos dos reformadores e destas outras contribuições, seja buscando alguma integração, seja na ênfase de uma só delas. No entanto, não se trata de eleger uma ou outra, mas de discernir o sopro do Espírito que, de tempos em tempos, renova algum aspecto que foi negligenciado ou esquecido da teologia e da prática de Jesus de Nazaré. Trata-se de julgar e reter o que há de bom em cada uma delas e receber com alegria esta preciosa herança, aprendendo com a História e com aqueles que trilharam o caminho da fé, da esperança e do amor antes de nós.Sabemos, por outro lado, que a Reforma aconteceu no século XV. O que podemos aprender dos primeiros mil e quinhentos anos da história da igreja? Muitos evangélicos esclarecidos dizem: nada. Antes da Reforma só existiam duas igrejas cristãs: a Romana e a Ortodoxa. Precisamos confessar, como evangélicos, nosso preconceito e orgulho. Pois, até hoje, olhamos com suspeita para tudo o que aconteceu no seio da Igreja de Cristo anterior à Reforma, por considerar esta contribuição como Católica Romana, e achar que, do catolicismo, não pode vir nada valioso.

O fato é que, durante os primeiros mil e quinhentos anos de História da Igreja, o Espírito Santo também soprou várias vezes. O que se observa hoje é que alguns reformados se debruçam sobre este período, a Espiritualidade Clássica, com o desejo de aprender e integrar na experiência evangélica aquilo que há de bom. Evangélicos como Hans Burki, James Houston, Eugene Peterson, Alister McGrath, Richard Foster, Ricardo Barbosa estão redescobrindo a riqueza da Patrística, dos Pais do Deserto, da Monástica e da Mística Medieval, como contribuições vitais para a igreja de hoje. Católicos contemporâneos também buscam resgatar esta tradição: Henri Nouwen, Anselm Grun, Thomas Merton e outros.

Irmão Roger da Comunidade de Taizé tem alcançado muitos jovens na Europa e outros países, com sua proposta de reconciliação, integrando o que há de bom nas tradições ortodoxa, católica e reformada.É uma falácia achar que a Reforma do século XVI, apesar de sua importância fundamental, é o único e definitivo mover do Espírito Santo na História da Igreja, e que nada de bom aconteceu nos séculos precedentes. Felizmente para nós estes antigos movimentos estão documentados e podemos aprender com eles.Alguns esclarecimentos que se fazem importantes acerca da Espiritualidade Clássica:

1) Não é um produto. Não é mais uma mercadoria na prateleira religiosa para um mercado ávido por consumir novidades. Mas, trata-se de um olhar mais profundo para os conteúdos e a prática da fé cristã, ancorado na experiência com a Palavra e com o Espírito Santo, para vivermos a vida de Cristo em nós.

2) Não é uma prática mística, alienante baseada em técnicas religiosas que produzem sensações agradáveis e felicidade instantânea. Suas ênfases no silêncio e na solitude, na meditação e na contemplação não são fins em si mesmo, mas meios para uma vida de santidade e serviço ao próximo. Com a Lectio Divina, nós evangélicos podemos resgatar uma leitura bíblica com o coração, com os afetos.

3) Embora a monástica seja muito mal vista pelos evangélicos, é inegável seu impacto no Ocidente. No século III, após a conversão de Constantino e do cristianismo se tornar a religião oficial do império, homens e mulheres se retiraram em regiões ermas e remotas para orar e ler a Bíblia. Surgiram os mosteiros e as regras. Ao redor do mosteiro floresceu a civilização ocidental: a biblioteca gerou a academia, o espaço do sagrado atraiu artistas, o ora et labora desenvolveu tecnologias de cultivo, preparo e conservação de alimentos.

4) O resgate da Espiritualidade Clássica não busca resultados, ou conquistar o mundo, muito menos ainda causar um impacto na Igreja. Ao contrário se remete ao simples, ao pequeno, ao fraco. Não é para ser marketeado, sistematizado, explicado, reproduzido.

Não busca uma recompensa imediata. Não é para ganhar nada, mas um caminho para aqueles que amam o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para aqueles que abriram mão do poder e querem simplesmente crescer na comunhão com Deus, ouvir sua voz e responder com dedicação e consagração.Para isto há que se vencer o preconceito evangélico, que considera que tudo o que é católico é herético e, ao fazer isto, se auto-proclama dono da verdade. Assim rejeita Hermas, Clemente, Inácio de Antioquia, Orígenes, Policarpo, Pacomio, Antão, Bento, Atanásio, Crisostemo, Agostinho, Bento, Bernardo de Claraval, Francisco de Assis, Tomas de Aquino, Catarina de Siena, Inácio Loyola, João da Cruz e Tereza D’Ávila. Estou certo que a leitura dos pais, dos santos e dos doutores do passado e a apreciação do exemplo de suas vidas podem contribuir decisivamente para a Igreja do Século XXI.E, claro, integrando com a contribuição de Lutero, Calvino, Zwinglio, George Fox, John Bunyan, John Knox, Von Zinzendorf, John Wesley, Philip Jacob Spener, Geroge Whitefield, Charles Finney, Jonathan Edwards, D.L.Moddy, William Carey, Hudson Taylor, David Livinstone, Willian Both, Karl Barth, Paul Tillich, Dietrich Bonhoeffer, John Stott, Martin Luther King, René Padilha, Samuel Escobar e tantos outros.Sim, sou um reformado evangélico: Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria.E aberto para aprender e integrar a Espiritualidade Clássica na minha experiência cristã. Aprecio e sou edificado com o que aconteceu em Nicéia (325), Monte Cassino (529), Assis (1223), Wittenberg (1517), Westminster (1647), Azuza Street (1905) e Lausanne (1974), e com outros momentos que o Espírito soprou na História da Igreja. E acho importante e promissor este diálogo entre a Reforma e Espiritualidade Clássica, integrando o que é de bom nestes movimentos.E prossigo no meu caminho: na intimidade com o Pai, sob a direção da Palavra e a inspiração do Espírito Santo; buscando a santidade de Cristo e, com a Igreja, anunciando o Evangelho e servindo aos pobres. E quando falho, me arrependo, experimento a graça perdoadora e recomeço.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

FORÇA PARA VIVER



Viver é muito perigoso... Porque aprender a viver é que é o viver mesmo... Travessia perigosa, mas é a da vida. Sertão que se alteia e abaixa... O mais difícil não é um ser bom e proceder honesto, dificultoso mesmo, é um saber definido o que quer, e ter o poder de ir até o rabo da palavra.

Viver é muito perigoso, dizia Guimarães Rosa pela boca do memorável Riobaldo. A vida tem mesmo seus altos e baixos e, além da dificuldade de saber a direção, falta a cada um a força e a competência de seguir em frente. Os obstáculos se multiplicam. A vida é contingente: cheia de imprevistos e surpresas, boas e ruins. Uma proposta para morar longe, um diagnóstico inesperado, a chegada de um bebê, um assalto, um desmoronamento, o cancelamento do vôo, a festa de aniversário, os amigos ao redor da mesa e a demissão inesperada. Além disso, a doença da mãe, o imposto de renda, as aventuras dos filhos e o sobrepeso, obesidade mesmo, denunciada pelo espelho e pela calça que já não se usa mais. E tem também a teimosia dos vícios, as dores da alma, a insegurança emocional, os conflitos relacionais, a culpa, o medo, a ansiedade e a síndrome do pânico – ai que medo. Tem que arrumar o quarto, buscar a roupa na lavanderia, votar para presidente e superar o divórcio. O show não pode parar. E porque viver é muito perigoso, aprender a viver é imperativo.

Como enfrentar a travessia? Já que navegar é preciso e viver não é preciso, como dizia o poeta português. Viver é necessário. É preciso viver, não há que desistir da vida. Mas viver é perigoso, justamente porque não é preciso – não é exato. Não é possível singrar a vida como quem corta os mares. A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá, disse o Chico brasileiro.

Acho que foi por isso que o sábio Salomão começou a escrever seu Eclesiastes. Queria aprender a viver. Dedicou o coração para saber, inquirir e buscar a sabedoria e a razão das coisas. E concluiu que a verdade está no distante e profundo. A vida é mistério. Viver continuará sendo sempre perigoso.

Então apareceu Jesus. Não negou a contingência da vida, nem iludiu os seus com promessas falsas e fantasiosas. Mas apontou um caminho. Apresentou seu Pai aos homens e os homens ao seu Pai. Autorizou todo mundo a buscar, usar e abusar de seu Pai.

Jesus disse a todos: Chamem pelo Abba. Ele os ouvirá. Falem com ele em meu nome. Batam na porta. Busquem. Peçam. Gritem. Importunem meu Pai, de dia e de noite. A porta se abrirá. Vocês acharão o meu Pai. Vocês receberão respostas. Serão recompensados pela sua busca, jamais ficarão sem galardão. Meu Pai é atento e cuidadoso. Meu Pai é bom. Meu Pai é amor. Não tenham medo dele. Não se escondam dele. Não fujam dele. Corram para os braços dele. Ele cuida de flores e passarinhos. Vai cuidar de vocês. Sigam os meus passos. Foi o que fiz. Fechem a porta do quarto e façam suas orações. Eu atravessei a vida de joelhos. E venci. Eu venci o mundo, eu venci o mal, eu venci a morte. E vocês também poderão vencer. Não desistam. Não tenham medo. Viver é perigoso. Mas a graça do meu Pai é maior que vida.

Pr. Ed René Kivitiz

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Não há fronteiras para uma mulher que ora!



Dora Bomilcar

Especial Lausanne III – Acabando de chegar de Lausanne III e fazendo parte de um ministério de oração (Desperta Débora), pude constatar que a oração impele-nos para a fronteira da vida espiritual.

Ouvindo testemunhos de mulheres vietnamitas, egípcias, coreanas, africanas, bolivianas e tantas outras, pude aprender com elas que a oração por nossos filhos e por nosso país não é um hábito menor anexado à periferia da vida espiritual, é a vida delas. Ao mesmo tempo pedi a Deus para que pudesse transmitir às mamães (Déboras) brasileiras, baseada na palavra de John Piper, que o mais importante a pedir pelos filhos não era, prioritariamente, para que ficassem livres da aids, do sexo ilícito, das drogas, do álcool, mas em primeiro lugar uma mãe deve pedir a conversão de seus filhos. Somos tentadas a entrar em desespero, mas a palavra de salvação em Cristo deve prioritariamente ser pedida e todas as demais coisas serão acrescentadas.

Na sala de oração do Centro de Convenções da Cidade do Cabo, vendo todos os mapas, e os homens e mulheres orando, pude assimilar aquilo que o apóstolo Paulo, com alegria, proclama: “somos cooperadores com Deus”. Estamos trabalhando com Deus para determinar o futuro. Certas mudanças vão acontecer na história, nas nações, em nossas famílias… se orarmos! A oração é uma das armas de Deus fazer a sua vontade.

Em Lausanne III, no meio de tantos testemunhos, vi a compaixão que procede do Senhor, e isso nos incentiva a vida de oração mais disciplinada.

Em certo momento percebi não ter fé suficiente para orar pelos povos não alcançados, pelo sofrimento que outras mulheres têm passado em países fechados para o cristianismo, contudo a iniciativa de orar por alguém já indica a existência de fé suficiente. A quantidade de fé também não é relevante, pois a Bíblia afirma que milagres formidáveis são possíveis se houver fé minúscula como uma semente de mostarda. O poder de Deus é muito maior que a minha fé.

A delegação brasileira, orando em conjunto, formou como gotas de água junto com outros países, um grande oceano de louvor e agradecimentos a Deus.

Voltei de Lausanne III decidida a procurar ter uma vida de oração mais fiel, mais profunda, mais verdadeira e desafiar as Déboras e mulheres do Brasil com esse propósito.

Dora Bomilcar de Andrade é coordenadora regional
São Paulo /Sul do
Movimento Desperta Débora

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Jesus, o Pensador




Publicado em 13 13UTC agosto 13UTC 2010 por forumibab

Já ouvi muita coisa a respeito de Jesus. Jesus é Deus. Jesus é amigo. Jesus é Salvador. Jesus é poderoso. Jesus é amor. Jesus é isso. Jesus é aquilo. Coisas assim a respeito de Jesus eu escuto o tempo todo. Mas apenas uma vez ouvi alguém se referir a Jesus como uma pessoa inteligente. Dallas Willard chamou Jesus de “o lógico”, e criticou aqueles que não conseguem colocar Jesus e a inteligência na mesma frase: como podemos levar Jesus a sério como mestre se, ao entrarmos em nossas áreas de competência técnica ou profissional, precisamos deixá-lo de fora?, pergunta Willard. Mais do que isso, por que temos dificuldades em acreditar que Jesus um pensador que tratou das mesmas questões que Aristóteles, Kant, Heidegger ou Wittgenstein, e o fez com o mesmo rigor metodo-lógico?

Essa é uma questão que sempre me intrigou. Por que colocamos Jesus na prateleira dos temas religiosos e metafísicos e o deixamos de lado quando a discussão é política ou econômica? Por que os terapeutas e psicólogos leem a alma humana a partir de Freud e não a partir de Jesus? De onde veio a ideia que Jesus entendia menos de economia e política do que Karl Marx, Adam Smith, Friedrich Hayek ou John Keynes? Por que os cartazes das universidades estampam Che Guevara como ícone revolucionário enquanto Jesus é tratado como um anglo-europeu afeminado?

Jesus encarou o poder político imperialista, bateu de frente com o poder religioso institucionalizado, confrontou todos os agentes de segregação, preconceito e sectarismo social, incluindo questões de classe, gênero, geração, religião e ideologia, estabeleceu as bases de uma comunidade que atravessou mais de dois mil anos de perseguição e fundamentou toda a cultura do ocidente, inspirou artistas e estadistas, foi e é a força mais poderosa de transformação pessoal e resistência diante das tragédias e da morte. Não obstante tudo isso, parece que tudo quanto se consegue discutir a seu respeito é se era mesmo Deus e Salvador do mundo. Seu lugar é o alto do altar, numa cruz empoeirada para a devoção dominical, ou o colar para levar no pescoço ou pendurar no retrovisor do automóvel a título de amuleto. Sua biografia é classificada ao lado de divindades que nada têm a ver com a periferia das grandes cidades, o exagero do padrão de consumo da sociedade capitalista neoliberal, e os conflitos geopolíticos entre norte desenvolvido e sul emergente, sendo autoridade apenas para questões como vida depois da morte, e nome para ser usado numa carteirada na porta do inferno. Justiça seja feita, nos últimos anos tem sido usado como argumento para abrir porta de emprego e consertar filhos e cônjuges que perderam o juízo. Mas dificilmente a relação Jesus – emprego é estabelecida em termos de reforma fiscal e tributária, taxas de juros, e modelo de desenvolvimento econômico.

O Fórum Cristão de Profissionais quer ser um ambiente para que o microfone nas mãos de Jesus seja usado para tratar de temas próprios da vida antes da morte. Seguros de que a vida depois da morte é prerrogativa do Cristo ressurreto, queremos seguir os passos do Jesus histórico, imitando seu estilo de vida, baseando nossas decisões em seus valores, desenvolvendo relacionamentos marcados por compaixão e solidariedade, promovendo a justiça em todas as instâncias da vida. E não tememos encontrar a cruz ao fim do caminho, pois a cruz já a carregamos enquanto caminhamos.

© Ed René Kivitz

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Padre François Varrilon (um francês maravilhoso) afirmou em seu livro “Alegria de Crer e Viver” (infelizmente esgotado): "Por vezes, diz-se: Deus pode tudo! Não, Deus não pode tudo, Deus não pode senão o que pode o Amor. Porque ele não é senão o Amor. E sempre que nós saímos da esfera do amor, enganamo-nos sobre Deus e estamos a ponto de fabricar um qualquer Júpter".

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Retiro 2010 – O AMOR É FUNDAMENTAL!

Fundamental é mesmo o amor. Amor é a mensagem desde o princípio. “Aquele que ama é nascido de DeuCor do textos e conhece a Deus, pois Deus é AMOR!”

Amados! Que retiro abençoado! Olha, foi muito gostoso e bota gostoso nisto! Viver amando é viver de bem com a vida. Pude perceber o Espirito Santo enchendo cada um de nós com o amor ágape ( amor de Deus). Tenho certeza que o dom do amor foi concedido a nós!

Vamos usá-lo para a glória de Deus!

Amo vocês!

Jarbas Matos.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ORAÇÃO PELA PÁTRIA

ORAÇÃO PELA PÁTRIA

“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda a piedade e respeito” (1 Tm 2:1-2).

O Brasil é um país politicamente independente. Tem suas fronteiras, seu governo, sua moeda e, em suas mãos, o seu destino. Esta nação de território continental reune as mais diversas raças em um espaço privilegiado em nosso planeta, de vastos recursos naturais e grandes possibilidades. Ao mesmo tempo, não podemos viver nossas pequenas existências particulares, como se não tivéssemos responsabilidades para com nossa pátria. Ela está longe de experimentar verdadeira liberdade em diversos aspectos. Uma parcela significativa de brasileiros ainda continua cativa da ignorância, dentro de um sistema educacional precário e obsoleto. Somos reféns do medo diante da escalada da violência que transforma as ruas de nossos cidades em palcos de conflito armado, com perda de incontáveis vidas inocentes. As autoridades são aprisionadas pela ganância fazendo de sua responsabilidade política uma desculpa para enriquecimento ilícito, deixando atrás de si uma população desiludida e sem esperança. Nosso país não é espiritualmente livre, pois massifica o ocultismo e marginaliza a fé cristã. Muitas igrejas de nosso país estão subjugadas por líderes inescrupulosos que fazem do púlpito uma máquina de fazer dinheiro, às custas da ingenuidade de um povo sofrido.

O que podemos fazer? Não adiante tentar mudar estruturas sem mudar o coração. A corrupção não está somente nos palácios, mas também no balcão de vendas, no escritório, na sala de aula, nas oficinas, nas igrejas. Em nosso contexto, a participação política deixa de ser uma ação responsável de cidadãos para se transformar num mercado de trocas de favores. Não se pensa no bem da comunidade, mas no bem do bolso individual. Sem arrependimento sincero, sem confissão contrita, sem mudança de atitudes, não pode haver mudanças duradouras.

Por isso, não existe nada mais importante do que orarmos pelo nosso país, pelas autoridades constituídas, pelos cidadãos brasileiros. O coração incréculo pode dizer que não adiante orar. Mas a história revela que a oração, mais do que qualquer outra ação, transforma o rumo de nações. A Inglaterra estava à beira de uma violenta revolução, quando pessoas começaram a orar e Deus enviou um avivamento espiritual que restaurou uma nação e ergueu um império. Os Estados Unidos estavam abandonando sua herança cristã, capitulando diante das tentações da modernidade, quando Deus visitou aquela nação com um despertamento espiritual que fez reviver igrejas mortas e as despertou para mandar missionários para o mundo todo. A Coréia cambaleava em pobreza e opressão quando os cristãos pediram perdão por seus pecados e começaram a orar por sua nação. Ali começou um avivamento espiritual que perdurou por cem anos e milhões de vidas transformadas. Mais recentemente, as Ilhas Fiji temiam o colapso de sua sociedade, quando alguns começaram a orar e o país foi sacudido pelo poder transformador de Deus.

Não sabemos porque Deus ainda não visitou o nosso Brasil com um poderoso avivamento. Talvez ele esteja nos julgando por sermos uma igreja mundana, superficial, interesseira, conivente com o erro e a corrupção. Mas nós podemos orar, pedindo que as suas infinitas misericórdias sejam derramadas a começar em nós. A transformação não virá por políticos evangélicos no poder, em primeiro lugar, mas virá através de indivíduos que sintam o peso pela nação e se coloquem em oração diante de Deus. Devemos orar por todos os homens, especialmente pelas autoridades. Deus quer que muitos políticos no Congresso Nacional se arrependam dos seus pecados e voltem-se para ele. Deus quer que prefeitos e governadores parem de se corromper e realmente cumpram suas responsabilidades como gestores do dinheiro público. Deus quer que o presidente da República pare de usar seu poder para promover a imoralidade em nome da tolerância, e o doutrinamento materialista em nome da educação, e o favoritismo em nome da ideologia.

Neste dia, que oremos pela libertação de nossa nação. Para que possamos viver vidas tranqüilas e mansas e para que o verdadeiro evangelho avance, transformando vidas para a glória de Deus.

Rev. Jorge Issao Noda

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

VENCENDO O MÊDO

Jorge Noda
Publicado em 18/03/2009 às 0:34

“Não temas, porque eu sou contigo” (Is 41:10).

Esta promessa, mais do que qualquer outra, tem confortado e encorajado o povo de Deus através dos séculos. Encontramos nas Escrituras, diversas ocasiões em que o povo se sentia atemorizado diante dos perigos e tribulações (Js 8:1, 10:8). Às vezes, a situação era tão extrema que todo o ânimo e coragem haviam se esvaído diante daqueles problemas aparentemente insolúveis. Em momentos assim, o Senhor prometia: “Não temas, eu sou contigo.”

Esta promessa é para nós também. Deus sabe quantas vezes nos encontramos em situações difíceis e precisamos vencer obstáculos aparentemente impossíveis. Diversos tipos de medos se apresentam com sua cara feia e ameaçadora, lutando por nos intimidar. O medo do fracasso, o medo da violência, o medo do futuro desconhecido, e tantos outros medos se aproximam com seu ar gélido querendo nos congelar, comprometendo nossa paz e estabilidade.

Mas Deus promete em sua Palavra: “Não temas, eu sou contigo.” As promessas de Deus são fiéis e verdadeiras. Ele não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Se ele prometeu é certo que fará (Nm 23:19). Não há razão para temer. “O Senhor dos exércitos está conosco, o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (Sl 46:7) “O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O SENHOR é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Sl 27:1).

Não temas, EU SOU CONTIGO. Quem está conosco é o Deus Todo Poderoso, criador do céu e da terra e sustentador do universo. Quem está conosco é o Deus de Abraão, Moisés e Elias. Porque Deus está conosco, ele também é por nós. E se “Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31)

Por isso, mesmo que você esteja passando por momentos difíceis, a promessa de Deus é tão verdadeira e poderosa quando foi no passado. O Deus eterno, que não muda de geração em geração, diz: “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel. (Is 41:10).

Rev. Jorge Issao Noda

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

artesanamatos.blogspot.com/

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Jorge, Virgínia, Elisa e Filipe Carvalho.

Bucareste, 25 de setembro de 2010.

Querida Igreja Batista Salvador Sal e Luz,

Estamos muito felizes com sua adoção missionária. Somos muito gratos ao Senhor, pois entendemos que há coisas que só Ele é capaz de fazer e uma delas é mover o coração do Seu povo para fazer Sua Obra.

Quando estávamos pastoreando a Igreja Batista do Alecrim, em Natal RN, e recebemos a ordem de largar tudo e seguir para o campo, sentimo-nos profundamente desafiados pelo Senhor e, desde então, passamos a confiar só nEle para o nosso sustento. Como vocês devem imaginar, não foi uma decisão fácil abrir mão da “segurança” do pastorado de uma boa igreja local para levantar sustento como missionários. No entanto, Deus, o Senhor de Missões, dono do ouro e da prata, colocou em nosso coração uma grande confiança de que Ele mesmo cuidaria disso e levantaria em todo o Brasil mantenedores que sustentariam as cordas. Assim, hoje, já no campo missionário há quase 100 dias, podemos desfrutar da promessa de Filipenses 4.19: “O meu Deus, segundo as suas riquezas, há de suprir todas as vossas necessidades em glória por Cristo Jesus.”

A vossa parceria representa muito para nós! É um grande privilégio sentir-nos parte de uma igreja missionária e saber que recebemos mais do que recursos financeiros mensalmente, mas amor e as intercessões daqueles que entendem a importância da Obra Missionária, para quem “a coisa principal é ter a coisa principal como coisa principal” e estamos certos de que o Senhor os abençoará abundantemente como igreja. A base para essa nossa afirmação está na própria Palavra de Deus em II Coríntios 9. 10:

“Ora, aquele que dá semente ao que semeia, e pão para alimento, também suprirá e aumentará a vossa sementeira, e multiplicará os frutos da vossa justiça.”
Vocês não podem imaginar a alegria que sentimos em saber que não estamos sós nessa Obra. Obrigado por estarem conosco. Deus os abençoe.

Sua família missionária: Jorge, Virgínia, Elisa e Filipe Carvalho.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A HISTÓRIA DA RÃ QUE NÃO SABIA QUE ESTAVA SENDO COZIDA


href="http://www.vaiarrebentar.com.br/a-histria-da-r-que-no-sabia-que-estava-sendo-cozida/" rel="bookmark">A história da rã que não sabia que estava sendo cozida

Imagine uma panela cheia de água fria, na qual nada, tranquilamente, uma pequena rã. Um pequeno fogo é aceso embaixo da panela, e a água se esquenta muito lentamente.
Fiquem vendo: se a água se esquenta muito lentamente, a rã não se apercebe de nada! Pouco a pouco a água fica morna e a rã, achando isso bastante agradável, continua a nadar… e a temperatura da água continua subindo…

Com o inevitável avanço dos minutos a água se torma mais quente do que a rã poderia apreciar, então ela se sente um pouco cansada, mas, não obstante a isso, não se amedronta e continua seu “banho” fatal.

Mais alguns minutos e a água está realmente quente. A rã começa a achar desagradável mas está muito debilitada então suporta e não faz nada. Com o passar do tempo e a subida constante da temperatura a rã acaba simplesmente cozida e morta!

Devemos observar que se a mesma rã tivesse sido lançada diretamente na água a 50 graus com um golpe de pernas ela teria pulado imediatamente para fora da panela. Isto mostra que, quando uma mudança acontece de um modo suficientemente lento escapa à consciência e não desperta, na maior parte dos casos, reação alguma, oposição alguma, ou mesmo, alguma revolta.

Se nós olharmos para o que tem acontecido em nossa sociedade desde há algumas décadas, podemos ver que nós estamos sofrendo uma lenta mudança no modo de viver, para a qual nós estamos nos acostumando. Uma quantidade de coisas que nos teriam feito horrorizar 20, 30 ou 40 anos atrás, foram pouco a pouco banalizadas e hoje, apenas incomodam ou deixam completamente indiferentes a maior parte das pessoas.

Em nome do progresso, da ciência e do lucro, são efetuados ataques contínuos às liberdades individuais, à dignidade, à integridade da natureza, à beleza e à alegria de viver. Estes ataques são efetuados lentamente, mas inexoravelmente com a constante cumplicidade das vítimas, desavisadas e agora, assim como a rã de nossa estorinha incapazes de se defenderem.

As previsões para nosso futuro, em vez de despertar reações e medidas preventivas, não fazem outra coisa senão preparar psicologicamente as pessoas a aceitarem algumas condições de vida decadentes, aliás, dramáticas. O martelar contínuo de informações, pela mídia, satura os cérebros, que não podem mais distinguir as coisas. Há uma cauterização da consciência. A rã está sendo cozida e não sabe!

Quando eu falei pela primeira vez destas coisas, era para um amanhã. Agora, é para hoje!!!

Consciência ou cozido? Você precisa escolher!
Então, se você ainda não está como a rã, meio cozido, dê um saudável golpe de pernas, antes que seja tarde demais.

NÓS JÁ ESTAMOS MEIO COZIDOS? OU NÃO?

Olivier ClercLeia mais em:

http://www.vaiarrebentar.com.br/

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

AINDA BEM QUE JESUS NASCEU

Que boa notícia é saber que Jesus nasceu. Isto traz esperança ao coração da humanidade. Jesus o Salvador nasceu. Ainda bem que Jesus nasceu! Já pensou se Ele não tivesse nascido? Estaríamos perdidos. A vida não teria sentido. Como pode ter nascido alguém que já existia antes de nascer? Este nascimento é a revelação máxima e concreta de Deus ao homem.

O Verbo, o Logos, a Palavra se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jô. 3.16). Em Belém Jesus nasceu. Belém significa casa de pão. E Jesus é o Pão vivo que desceu do céu para saciar a nossa fome. Foi preparado para nascer, antes da fundação do mundo. Na plenitude dos tempos nasceu para salvar a todo o que Nele crê. Foi o único Filho que escolheu a mãe para nascer. Maria foi agraciada. Por obra do Espírito Santo Maria ficou grávida e deu a luz ao unigênito do Pai que veio ser o primogênito entre nós.

Deus sonha com uma grande família de filhos parecidos com o seu amado Filho Jesus. Ele nasceu, viveu, morreu, ressuscitou, vive e voltará. Maranata Ora vem Senhor Jesus! Aquele que nasceu, era, é e será Deus conosco todos os dias até a consumação dos séculos. “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. Só Ele salva! O homem não tem para onde ir, só Jesus tem palavra de salvação. Só Ele venceu a morte! Ele é o único mediador entre o homem e Deus Pai. “Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai a não ser por mim”. Jô. 14.6. Em três anos revolucionou o mundo inteiro. Ele é a Verdade que liberta! Sem Ele nada podemos fazer. Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim. Nele encontramos a paz que excede a todo entendimento. Ele é do tamanho do vazio que há em nós.

Só Ele perdoa pecados. “Se tão somente a Ele confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. Nele somos livres! “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Rm. 8.1. Ele tem a última palavra, sem Ele nada do que foi feito se fez. Heb. 1.1. Dele e por Ele e para Ele são todas as coisas, glória, pois a Ele eternamente amém! “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos!...”Rm. 11:33-36.

Que bom que Jesus nasceu em Belém e em meu coração!
Ele quer nascer também em seu coração! “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo.” Apoc. 3.20.

Assim que Jesus nasceu, Herodes quis matá-lo, mas não conseguiu.
Não deixe que o Diabo roube esta mensagem ( SEMENTE ) do seu coração, em o nome de JESUS!

Segui-lo é o mais fascinante projeto de vida, desde o aqui e agora e para todo o sempre. Amém!

Jarbas Matos Santos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A Bíblia contra “idéia dos crentes”

A Bíblia contra “idéia dos crentes”

Apesar de termos cerca de meio milhão de pastores e líderes no Brasil, parece que a maioria deles não entende que o estudo aprofundado da Bíblia é tarefa urgente e indispensável.

Um dos grandes identificadores dos evangélicos, ou do “povo crente”, como dizem alguns, é a sua apreciação pela Bíblia. Houve até mesmo época quando os conhecidos crentes eram chamados de “bíblias”. No entanto, apesar da tradição que vincula os evangélicos à Bíblia, será que essa realidade é verificável? Surpreendentemente, parece que grande parte da tradição evangélica nada tem a ver com o estudo sério das Escrituras.

Muitas idéias e práticas sagradas e supostamente bíblicas têm outras origens: a cultura norte-americana, brasileira, européia, africana etc. Certa ocasião, fiquei atônito quando tentei compartilhar o Evangelho com um homem numa viagem de ônibus. Ele, ao perceber minha linha de pensamento, perguntou: “Você é crente?”. E prosseguiu: “Mas é crente mesmo?”. Confuso, respondi: “Sim”. E, mais do que depressa, ele disse, com firmeza: “Você bebe café?”. Sem entender, respondi afirmativamente, e, então, esboçando largo sorriso, o homem reverberou: “Então não é! Porque o crente que é crente mesmo, nem café bebe!” Perplexo, fiquei a pensar que tipo de Evangelho se divulga em nossos dias! O cristianismo de alguém é avaliado pelo café ingerido?!

Durante muito tempo envolvido com a área da literatura, principalmente a teológica e acadêmica, posso atestar que o tipo de livro menos procurado pelo mercado evangélico chama-se “comentário bíblico”. Apesar de termos cerca de meio milhão de pastores e líderes no Brasil, parece que a maioria deles não entende que o estudo aprofundado da Bíblia é tarefa urgente e indispensável.

Esse distanciamento das Escrituras, presente no meio evangélico, tem facilitado o surgimento de outras tradições, marcadas por idéias e costumes que levam a comunidade para uma outra direção, para longe de uma teologia fundamentada na Bíblia.

Infelizmente – é verdade –, há muita “idéia de crente” que é contra a Palavra de Deus. Não faz tanto tempo assim, numa comunidade cristã ouvi uma multidão aplaudir a seguinte frase enfatizada por um de seus líderes: “Deus precisa de você”. O discurso prosseguiu sugerindo que Deus nada poderia fazer sem a atuação humana. Que tipo de Deus é esse? Pode ser de algum grupo evangélico! Mas não é bíblico! Afinal, como lemos em Atos 10.25 e 26, Deus, por definição, não precisa de nada: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor dos céus e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas. Ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas”.

Em muitos cultos evangélicos é comum ouvir o povo agradecer a Deus por estar reunido na “casa do Senhor”. A idéia particular dos crentes até existe nas Escrituras, só que não no cristianismo do Novo Testamento. Havia um tabernáculo e um templo no Antigo Testamento. Mas Jesus mudou o enfoque, afirmando que Deus não está restrito a templos. A verdade é que Deus não habita no prédio da igreja! Em João 4, amulher samaritana queria saber se Deus dava prioridade a Jerusalém ou a Samaria como “casa de Deus”. Jesus deixa claro que a adoração deve ser em espírito e em verdade (Jo 4.23). O Novo Testamento, ao contrário dos crentes, ensina que a casa de Deus somos nós, onde o Espírito Santo habita. Em 1 Pedro 2.5 descobrimos que somos “as pedras vivas” e “a casa espiritual”.

Outra tradição evangélica, que assusta até descrentes, é que para Deus “não há pecadinho nem pecadão”. Todos os pecados são iguais para Deus! É possível imaginar que um canibal e um pedófilo assassino sejam equiparados a quem não ora sem cessar (1Ts 5.17)? É absurdo! É provável que a má interpretação tenha surgido de Tiago 2.10, que afirma que “quem tropeça num só ponto da lei é culpado de todos”. Na verdade, o texto apenas nos mostra que apenas um pecado é suficiente para nos deixar numa condição de pecadores perante Deus. Como Deus é santo, um simples pecado nos classifica como condenáveis. No entanto, isso não quer dizer que todos os pecados são iguais. Em João 19.11, Jesus diz a Pilatos que aquele que o havia entregado a Pilatos tinha “maior pecado”. O texto é explícito! A própria Bíblia faz diferença entre pecado e abominação (algo detestável, repugnante), como vemos em Levítico 18.22. ERROS “INOFENSIVOS”

No quadro de avisos de alguns templos evangélicos não é difícil encontrar a seguinte frase: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder”. Apesar do impacto do refrão, devemos perguntar: “Onde vemos isso na Bíblia”? Poderíamos fazer um gráfico estatístico e matemático da oração e estabelecer sua performance? É irônico. Jonas, o profeta que foi usado para trazer o despertamento de Nínive, aparentemente não fez nenhuma oração! Deus é soberano! Ele faz como quer. Certamente, muitos irão dizer que nosso padrão deve ser Elias. Jonas é exceção! Voltemos à Bíblia. Desde quando as orações de Elias funcionaram pela quantidade? Jesus criticou a repetição de orações (Mt 6.7), e em Tiago 5, onde Elias é mencionado, sua oração não é “muita”, mas fervorosa (v. 17). O texto enfatiza que a oração que funciona é a de um “justo” (v. 16), e isso não tem a ver com “quantidade”.

Estes são apenas alguns exemplos de tradições evangélicas não fundamentadas nas Escrituras. O problema é que esses erros “inofensivos” acabam nos afastando do que importa e nos levando a perder tempo com coisas desnecessárias e secundárias. Temos a doutrina do sábado, da gravata, do paletó, da unção etc. Corremos o risco de criarmos tradições humanas que tomam o lugar da Palavra de Deus (Mc 7.9). Hoje, quando se fala em cristão evangélico, imaginamos que se trata de uma pessoa sem vícios, que não bebe, não fuma, não dança, não joga etc. Ora, ninguém precisa ser cristão para viver assim. Há ateus que não fumam nem bebem. Isso não é questão de espiritualidade, mas sim de inteligência! Estamos criando uma caricatura do Evangelho. Ao contrário, Deus deseja pessoas salvas por Cristo, misericordiosas, justas, incorruptíveis, dispostas a perdoar e capazes de amar.

Parece que os profetas enfrentaram algo semelhante em sua época. Ainda hoje, as santas palavras de Miquéias ecoam bem alto: “Com que eu poderia comparecer diante do Senhor e curvar-me perante o Deus exaltado? Deveria oferecer holocaustos de bezerros de um ano? Ficaria o Senhor satisfeito com milhares de carneiros, com dez mil ribeiros de azeite? Devo oferecer o meu filho mais velho por causa da minha transgressão, o fruto do meu corpo por causa do pecado que eu cometi? Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus” (Mq 6.6-8–NVI).

Luiz Sayão

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

SEJA ALEGRE

Seja alegre “O homem faz a religião, a religião não faz o homem". E a religião é, de fato, a autoconsciência e o sentimento de si do homem, que, ou não se encontrou ainda, ou voltou a se perder. [...] A religião é o ópio do povo. A abolição da religião enquanto felicidade ilusória dos homens é a exigência da sua felicidade real”. Estas famosas palavras de Karl Marx em sua obra Crítica da filosofia do direito de Hegel, publicada em 1844, podem ser verdadeiras a respeito da religião, mas são absolutamente falsas a respeito da espiritualidade cristã.

A carta que o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos da cidade de Filipos, no ano 62, é um vigoroso testemunho de que existe uma alegria que não se explica por alienação, ilusão ou fuga fantasiosa de uma realidade indesejada e um mundo cruel.Algemado 24 horas a um soldado da guarda de elite de César, numa prisão domiciliar em Roma, aguardava julgamento por ter sido acusado de crimes para os quais a pena era a morte – o que, de fato, mais tarde, acabaria por acontecer, conforme nos diz a tradição da Igreja, que informa que o apóstolo Paulo foi decapitado no ano de 67 d.C., por ordem do Imperador Nero. Paulo, apóstolo, não estava iludido nem confuso, sabia que era prisioneiro por causa de sua fé em Jesus Cristo e que, dificilmente, seria absolvido. Não tinha razões para viver alegre, mas, ainda assim, escreve uma carta em que recomenda a alegria a todos. Qual era, então, o segredo da sua alegria? Warren Wiersbe fez uma leitura original da Carta aos Filipenses [SEJA ALEGRE. Queluz, Portugal: Editora Núcleo], onde apresentou os quatro ladrões da alegria e nos mostrou como podemos capturar e prender cada um deles.

O primeiro ladrão está identificado com a palavra circunstâncias, que podem roubar nossa alegria. Foi Nietzsche quem disse que “somente quem sabe o porquê da vida é capaz de suportar-lhe o como”. E Paulo sabia: “para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (1.21), e, por essa razão, me alegro em saber que “as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho” (1.12).As pessoas também podem roubar nossa alegria. Mas não podemos esquecer que nós somos “as pessoas” das outras pessoas. Num mundo em que todo mundo coloca a si mesmo em primeiro lugar, não é estranho que vivamos tantos conflitos.

A sugestão do apóstolo Paulo é simples: todos devemos abandonar o egoísmo e imitar o jeito Cristo de viver (2.3-8).Também as coisas podem roubar a nossa alegria. Os chineses têm um ditado que diz que se você tem alguma coisa que não pode perder, então não é você que tem a coisa, é a coisa que tem você. O apóstolo Paulo recomenda que façamos uma avaliação em busca daquilo pelo que realmente vale a pena viver. Depois de avaliar sua vida concluiu que seus três maiores desejos eram: conhecer a Cristo, experimentar o poder da sua ressurreição e participar dos seus sofrimentos (3.10). Percebeu que, comparadas a Cristo, todas as coisas eram como esterco. Paulo era daqueles sobre quem Jim Eliot afirmou: “Não é tolo nenhum aquele que abre mão do que não pode reter, para ganhar o que não pode perder”.Finalmente, a ansiedade a respeito do futuro pode roubar a nossa alegria.

Paulo recomenda: “Não vivam ansiosos por coisa alguma; antes as suas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus pensamentos e sentimentos em Cristo Jesus” (4.6,7). A oração é um caminho de paz e alegria, pois somente quem é capaz de se ajoelhar diante de Deus consegue afirmar: “Posso todas as coisas em Cristo, que me fortalece” (4.13).A carta aos Filipenses não é auto-ajuda barata, que diz ao leitor iludido que tudo vai correr bem e que, ao final, tudo dá sempre certo. Não é uma dose de ópio. É um testemunho de fé. A fé que vence o mundo.

A fé em Jesus Cristo, nosso Senhor.

Em nome de quem a vida vale a pena.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O FOCO

Mateus 11:28-30
Aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração (Mt.11.29).

Quem curte fotografia sabe bem a importância do foco. Sem correta focalização do objeto principal, ele não sairá nítido e arruinará a foto. Portanto, foco tem a ver com enxergar nitidamente. Com o convite que você acabou de ler, Jesus quer de alguma maneira dirigir nosso foco para o que está diante de nós.

Cansaço, sobrecarga, lutas, dúvidas, confusões, ansiedades e coisas desse tipo desviam nosso foco de Cristo - e da paz que ele nos dá - para os nossos problemas. Por isso ele nos convida a mudar o foco: em vez de focalizar os problemas, focalizar Cristo, andando lado a lado com ele. Em vez de deixar a tristeza ou a ansiedade roubar nossa alegria, tomar seu jugo, deixar com ele nossa sobrecarga e tomar o seu fardo, que é leve.

A mensagem central do convite, todavia, é aprender dele - e aprender demora. Requer paciência, empenho e perserverança. Quanto do que já lhe foi ensinado você realmente aprendeu? Só aprenderemos efetivamente de Jesus se nos acostumarmos a lembrar nos momentos de luta que o seu convite continua em pé. Aprender dele também significa tornar-se mais manso e humilde em comunhão com ele nas circunstâncias da vida.

Em vez de olhar somente os problemas e pesos de existência, olhar firmemente para o autor e consumador da nossa fé, Jesus (Hb 12.2). Pare de andar sozinho cambaleando de tanto peso que carrega nas costas. Aceite o convite. Tome o jugo e o fardo de Jesus e prossiga com ele. Que hoje você aprenda algo mais de Jesus. Que hoje seu olhar possa desviar-se um pouco de tudo o que lhe causa peso e sobrecarga, e repousar sobre Jesus. O fardo que nos cabe é o dele. Por que continuar sofrendo como se não houvesse outra saída, quando o próprio Senhor de todas as coisas nos chama para aliviar nossa carga? Portanto, focalize bem o seu olhar em Jesus e veja a vida de maneira mais nítida, com ele no centro de tudo.

WMJ "COM O FOCO EM JESUS, AS DIFICULDADES GANHAM O ASPECTO QUE MERECEM."

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O DIREITO DE DISCORDAR


O DIREITO DE DISCORDAR
Osmar Ludovico da Silva.

Este artigo está publicado na edição 69 do mês de abril de 2007 na Revista Enfoque Gospel.

Sou contra todo radicalismo, preconceito, falso moralismo e discriminação. Acredito que todo ser humano deve ser respeitado e bem tratado, independente de sua raça, credo, condição social ou preferências sexuais.No entanto reservo-me o direito de não concordar, e de lutar para não ser impedido de expressar minhas convicções, ainda assim continuar respeitando e tratando bem quem pensa ou age diferente. Em especial sobre a questão do homossexualismo e do aborto. O que pretendo fazer nestas linhas não é julgar ou condenar, não é falar contra, mas ressaltar valores que estão se perdendo. Sem os quais nossa civilização risca um declínio e até mesmo o seu aniquilamento. Pois são valores que dizem respeito à família como célula principal da sociedade.Vivemos dias de hostilidade contra quem defende uma ética para a família que tem como núcleo o casamento heterossexual, monogâmico, exclusivo e permanente, como contexto da geração, proteção e educação dos filhos.

Quem assim se posiciona a favor do heterossexualismo e do direito à vida humana intra-uterina é alvo de pressões, até mesmo processos judiciais, é tido como retrógrado e moralista.A família é a guardiã da preservação da espécie humana. Isto é, a união do homem com a mulher, uma só vez, no contexto do amor, do respeito, da fidelidade e para toda a vida. Este é o projeto de Deus para a humanidade. Se destruirmos os valores da família então todas as outras fronteiras do certo e do errado também serão desrespeitadas. Se não existir uma ética, um parâmetro para a família, então não haverá ética nenhuma, pois a família é a célula mais importante do tecido social. Se ela adoece todo o resto adoecerá. E não haverá mais limite para o desrespeito da vida, não haverá mais certo ou errado. Já tem gente dizendo que a pedofilia deveria ser tolerada, pois as práticas do homossexualismo e aborto que antes eram erradas agora se tornaram certas.A Bíblia afirma que Deus fez o homem um ser sexual. É a primeira identidade humana: “macho e fêmea os criou”. Ser homem ou ser mulher, reconciliado com seu próprio sexo é a primeira noção de identidade no ser humano. Constituir família é o projeto original de Deus e o mundo continua sem nenhuma alternativa válida para um relacionamento profundo e gratificante.

No casamento, a vida sexual pode ser desfrutada em plenitude entre o homem e a mulher. E através do ato sexual nos tornamos co-criadores com Deus na geração de filhos e na preservação da raça humana.Com a premissa do direito ao seu próprio corpo e de algo que ainda não é vida se justifica e se defende o aborto. O feto não é um prolongamento do corpo da gestante, mas trata-se de uma vida humana, em gestação, mas uma pessoa portadora de todos os elementos da vida, um ser humano que depende do ambiente protegido do útero para se desenvolver, crescer e nascer.A vida humana tem início na concepção conforme o Salmo 139:13-15. No óvulo fertilizado pelo espermatozóide já existe um ser humano em formação. E a vida humana criada a imagem e semelhança de Deus é sagrada. Este é um valor que precisamos defender.

A sacralidade da vida intra-uterina E também a sacralidade de toda vida: do homem, da mulher, do velho, do deficiente, do pobre, do encarcerado, do doente, do estrangeiro, do diferente. Esta deve ser a base dos direitos humanos: o respeito à vida, pois a vida humana é sagrada.A defesa intransigente do homossexualismo e do aborto atinge frontalmente a família, configura um desmonte sistemático de valores primordiais do ser humano, e coloca em risco a própria humanidade.Sei que vou continuar vivendo com filmes, livros, artigos, lobbies, passeatas e discursos em defesa do direito de escolher sua preferência sexual, e do direito das mulheres ao aborto. Eu não concordo nem com o homossexualismo, nem com o aborto. Ainda assim defendo o direito deles continuarem postulando suas escolhas equivocadas. Por favor, não me discriminem e nem me processem, deixem-me discordar em paz.

E continuar defendendo, a partir de convicções profundas e inegociáveis, os valores cristãos da família:

1) a beleza de ser homem ou de ser mulher,

2) a sublimidade do casamento heterossexual,

3) a dignidade da fidelidade conjugal

4) e o direito à vida das crianças no útero de suas mães.

São valores sagrados.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

FECHEMOS O SUPERMERCADO

"Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem" (João 4:23).

"A igreja se tornou um supermercado distribuindo alimento espiritual insignificante para os que nela entram. O sermão do pastor é uma pequena "promoção da semana" oferecido aos clientes com um mínimo de compromisso". (Jon Johnston - especialista em igreja e negócios).

A igreja tem se preocupado em dar às pessoas o que elas querem e não o que elas necessitam. O interesse maior é deter muitos membros satisfeitos por não terem de se comprometer e que garantam uma boa arrecadação todos os meses.

Mas a igreja não deve ser um supermercado! Não deve apresentar promoções ou ofertas especiais! A igreja é formada por homens e mulheres que foram lavados no sangue do Cordeiro e que tiveram suas vestes branqueadas para se tornarem luz do mundo e sal da terra. A igreja não existe para impor sua vontade e interesses, mas, para submeter-se àvontade do Senhor e para representá-lo em santidade e fidelidade entre os moradores da terra.

Aqueles que passam pela igreja (e a igreja somos nós), estão ansiosos por ver algo diferente. Estão cansados de mentiras, de orgulho, de vaidade, de mesquinhez, de escárnio e de egoísmo. Já experimentaram quase todas essas coisas e de nada lhes adiantou. Não querem ver isso na igreja, no povo chamado eleitos do Senhor, no dia a dia dos filhos de Deus.

Vamos fechar o supermercado! Vamos apresentar Jesus Cristo, Senhor dos senhores e Rei dos reis. O mundo não precisa de um Evangelho de banca de ofertas e sim de vidas transformadas que sejam capazes de adorar ao Senhor em espírito e em verdade.

Essa é a vontade do Pai e deve ser a vontade da igreja. Pr. Paulo Roberto Barbosa do site Escuro Iluminado,http://intervox.nce.ufrj.br/~tprobert/index.html.

NENHUMA RELIGIÃO EVITA DIVÓRCIO-APONTA PESQUISA




22/07/2010 - 07h4
Folha de São Paulo - Brasil

"O que Deus uniu o homem separa". Um cruzamento entre dados de estado conjugal e religião realizado pelo Nepo (Núcleo de Estudos de População) da Unicamp mostra que a fé não segura casamentos. A informação é da reportagem de Hélio Schwartsman publicada na edição desta quinta-feira da Folha.


De acordo com o texto, a proporção das mulheres separadas, desquitadas ou divorciadas de cada igreja é muito similar à distribuição das crenças pela população. Segundo a pesquisadora Joice Melo Vieira, que cruzou os dados, estudos no Brasil e no exterior mostram que a preocupação é estar em relações satisfatórias. Como a separação já não é tão estigmatizada, o fim da união é sempre uma possibilidade quando as coisas vão mal.


No final, relata Vieira, o que faz casais à beira da separação pensarem duas vezes são a situação dos filhos e a questão financeira. Como hoje mais mulheres trabalham, a dependência econômica não segura mais o casamento. Já os filhos o fazem apenas por tempo limitado.
Matéria - Postado
Solon Belo

quinta-feira, 15 de julho de 2010

CRISTO SIM, IGREJA IDEM


No Cristianismo nada é individual apesar da nossa salvação ser pessoal. A vida cristã é comunitária e não solitária. Ser cristão é pertencer ao corpo de Cristo. Cada um de nós é membro deste corpo. A vida cristã é indissociável do corpo, não posso vivenciá-la sozinho. Pertencemos uns aos outros.

Rick Warren compara um cristão sem igreja com um jogador sem time, um soldado sem tropa ou uma ovelha sem rebanho. Mas a maior (e mais bíblica) de todas as figuras, sem dúvida é "uma criança sem família": a igreja é a família de Deus. Outra figura bíblica usada para identificar a igreja é "corpo de Cristo". Todos os que pertencem a Cristo são incorporados pelo Espírito Santo na igreja de Cristo. O cristão que se torna membro de uma igreja local passa a integrar um organismo vivo, o que pouco ou quase nada tem a ver com fazer parte de uma instituição religiosa.

O corpo de Cristo se expressa historicamente por meio da comunidade cristã local. A palavra ekklesia aparece 109 vezes no Novo Testamento e, destas, 104 são alusões diretas ou indiretas às comunidades cristãs locais nas cidades e ou casas. Ser "membro da igreja" é, portanto, ao mesmo tempo integrar o corpo místico e universal de Cristo e integrar uma comunidade local de cristãos, a expressão histórica e social do corpo místico de Cristo.

A comunidade cristã oferece o ambiente espiritual de segurança para os cristãos, quer no cuidado pastoral que acontece na prática do "uns aos outros", quer na tutela espiritual sob a autoridade de Cristo que repousa sobre sua Igreja. É na comunidade cristã local que o cristão tem acesso a realidades que não estão disponíveis em nenhum outro lugar do mundo. A adoração comunitária ajuda você a manter o foco em Deus, para uma vida de piedade e gratidão. Nas amizades espirituais você encontra o encorajamento e o suporte necessários para o enfrentamento das angústias e dificuldades inerentes ao direito de viver. Na ciranda da mutualidade dos dons espirituais você experimenta os frutos necessários à sua peregrinação no discipulado de Cristo. Você participa da missão da Igreja e coopera com Deus para a redenção do mundo: tem o privilégio da vida útil e abençoadora de muitos em nome de Jesus.

Não deixemos de nos reunir como Igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos animar uns aos outros... He. 10.25. “A convivência comunitária é imprescindível para o cuidado mútuo”. Lembrem-se dos seus líderes, que lhes falaram a palavra de Deus. Observem bem o resultado da vida que tiveram e imitem a sua fé. He. 13.7. Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês. He. 13.17.

Pr. Jarbas Matos Santos

Parte deste texto foi extraída de uma pastoral do Pr. Ed René Kivitz.

segunda-feira, 12 de julho de 2010




EM QUEM VOCÊ CONFIA MAIS?
24/set/2009


Desde que nascemos e ao longo de toda a vida aprendemos que a confiança nos ajuda. Precisamos, primeiro, confiar nos nossos pais, que nos dão o suporte para a vida, educando-nos e nos preparando para o futur. Depois, precisamos confiar nos nossos mestres, que nos ensinam o que precisamos para seguir adiante, enfrentando o trabalho. Mais tarde, aprendemos a confiar a quem a nós se juntou, transformando-se em parceira e fazendo com que também nos transformemos em família, reiniciando o ciclo de confiança. E, por fim, acabamos por confiar nos amigos que fazemos ao longo da vida e que, em muitos momentos, são o suporte que encontramos.



Estes são apenas alguns dos aspectos da confiança, do que estabelecemos em relação a quem está ao lado ou próximo de nós. Mas saindo do ambiente familiar e de amigos, em quem você mais confia? Existe, no seu entender, alguma profissão que seja mais confiável do que a outra? Dá para, por exemplo, confiar mais em um médico do que em um policial? É possível confiar em quem nos orienta espiritualmente? De uma outra forma, estas perguntas foram colocadas para a população do Espírito Santo por um dos mais conceituados institutos de pesquisas capixabas. O resultado, no final – e pelo meu ponto de vista – é bastante surpreendente.



Vamos, primeiro, aos resultados sobre a confiança. De acordo com os capixabas – e não acredito que seja muito diferente no Brasil – o profissional mais confiável é o bombeiro. Os bombeiros estão no topo da lista da confiança, adiante dos carteiros, que são os segundos colocados, e dos professores, que vêm em terceiro. O quinto lugar são dos engenheiros e o sexto, dos jornalistas. Estes, talvez, pelo exercício do poder de informação, essencial à democracia, e que nos últimos tempos no Brasil tem se virado muito em direção aos problemas do Estado e seus reflexos no cidadão. O jornalismo denúncia, que fica ao lado do cidadão, parece ter ampliado a credibilidade da profissão.



E do lado negativo, aqueles em que se confiam menos. Advinha quem é o campeão absoluto? Sim, isso mesmo, o político. Nunca neste país, como diria um conhecido nosso, alguém foi tão desacreditado quanto um político, ao ponto de ser chamado de político ser quase um insulto. O resultado não me surpreendeu, mas como já disse aqui, o político é o reflexo do cidadão, pois afinal somos nós os responsáveis por ocuparem os postos que ocupam. O segundo profissional menos acreditado é o policial. Inevitavelmente, isto é o reflexo dos tempos de violência em que vivemos, atribuindo-se à Polícia e a quem a integra a responsabilidade por ela.



O terceiro lugar é dos advogados, que ainda têm menor credibilidade que os juízes de Direito, que ganham dos economistas. Achei interessante a colocação dos economistas, afinal, em uma economia estabilizada, como a que vivemos, suas advinhações já não causam tantos problemas como antes. O que me surpreendeu, em relação ao lado negativo, foram os últimos colocados na área de confiança, exatamente os padres e pastores. Como mais de 90% dos brasileiros afirmam professar uma religião, qual seria a explicação para esta desconfiança? Não quero entrar no mérito, mas os líderes espirituais já foram bem mais acreditados,não?



A pesquisa, como viram, limitou-se a alguma profissões, não abrindo assim tanto o leque. Mas as conclusões podem nos levar à indagação de como anda a confiança do brasileiro no seu próximo, no profissional que está do seu lado, no líder político que o representa ou no policial que deveria defendê-lo. Será que estes níveis de confiança e desconfiança acontecem em relação a outros segmentos? Não dá para especular, pois a pesquisa não diz. Cabe, no entanto, a pergunta: em quem você confia mais? Me diga, eu gostaria de saber!.


quarta-feira, 7 de julho de 2010

GERAÇÃO "N"

GERAÇÃO " N " ESTAMOS CRIANDO JOVENS INCAPAZES?

Geração N: jovens que acham que não precisam se esforçar para nada!

Rob Asghar, ensaísta e articulista norte-americano, aponta em um artigo recente no
Huffington Post o surgimento do que ele chama de "geração N", formada por jovens narcisistas. Para ele, os pais norte-americanos, atormentados pela culpa por trabalhar muito ou por optar pelo divórcio, estão criando filhos sem limite algum. Inseguros, eles temem que o filho não goste deles, cedem a qualquer pedido das crianças e celebram toda e qualquer "conquista" do filho - até uma formatura de pré-escola.

O resultado é uma geração que se sente no direito de tudo, sem precisar trabalhar duro por nada. Rob cita uma pesquisa desenvolvida em conjunto pela San Diego State University e pela University of South Alabama, que concluiu que o narcisismo dos jovens norte-americanos cresceu nos últimos 15 anos - e que os Estados Unidos podem passar por problemas sociais quando estes jovens chegarem à idade adulta e assumirem cargos de poder.

O estudo, que envolveu dezenas de milhares de jovens universitários, detectou traços de "auto-respeito exagerado" e de um "infundado senso de merecimento". Alguns pesquisadores chegaram a afirmar que a crise econômica mundial recente, desengatilhada por decisões de alto risco, já seja um resultado do narcisismo da geração.

Para Maria Irene Maluf, especialista em Psicopedagogia e em Educação Especial, esse cenário é comum aqui no Brasil também. Os pais que temem perder o amor dos filhos representam uma inversão absoluta de papéis. "Na minha época - eu tenho 57 anos e minha filha, 32 - eram os filhos que temiam perder o amor dos pais", contrapõe. Hoje, este temor influencia até na transmissão de valores.

Oprimidos pela culpa ou afundados no próprio narcisismo, os pais temem colocar limites em seus filhos e criam crianças que serão eternamente dependentes deles. Sem parâmetros claros, as crianças crescem sem valores: não sabem respeitar os pais, pois nunca ouviram uma repreensão simples como "enquanto uma pessoa fala, a outra escuta". Se alimentam mal e só comem quando querem, pois jamais os pais foram firmes e exigiram que ela se sentasse à mesa durante uma refeição. "Limite é a ética em ação", explica Maria Irene. "Pais e mães narcísicos criam fracos", resume.

IDADE DA INFLUÊNCIA

O psicólogo Caio Feijó, autor de "Pais Competentes, Filhos Brilhantes" (editora Novo Século), ressalta a importância do papel de pais e mães nas expectativas e na autoimagem da criança - e alerta que esse poder é limitado pelo tempo. "Os pais só têm uma influência grande sobre os filhos até antes da puberdade, por volta dos 10 ou 11 anos. Depois disso, vem o resultado", diz.

"Dependendo de como os pais conduzem essa influência, eles criarão expectativas nos filhos sobre o que eles podem ou não alcançar", continua. E o estímulo em excesso pode prejudicar tanto quanto chamar seu filho de "burro" ou de "inútil", especialmente quando este estímulo indica uma projeção - por exemplo, aquele pai que é dentista e sempre comenta que o filho "vai ser um dentista genial, igual ao papai", ou aquela mãe que sempre quis ser bailarina, mas não pôde estudar quando pequena, então matricula a filha em aulas diárias da dança, ainda que a menina não mostre o menor talento ou interesse pelas sapatilhas. "A superproteção traz consequências tão graves quanto o abandono", finaliza.


Características da "Geração N":

- Não têm noção de limite
- Acham que são merecedores de tudo
- Não sabem se esforçar para conseguir algo
- Não sabem como agir em situações adversas
- São criados por pais narcisistas, que competem entre si
- Não respeitam os outros
FAÇA SEU COMENTÁRIO AQUI EM NOSSO BLOG!
Solon Belo (recebi esse texto achei interessante)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

IGREJA? TÔ FORA OU TÔ DENTRO?

IGREJA? TÔ FORA OU TÔ DENTRO?

Ultimamente tenho visto e lido alguns livros voltados para o nosso jeito de ser Igreja Evangélica Brasileira. Por exemplo: Pr. Ricardo Agreste – Igreja? Tô Fora! Paulo Brabo - Bacia da Alma; Wayne Jacobsen - Por que você não quer ir mais a Igreja? ...

Estes escritos chamam a nossa atenção, para revermos conceitos e valores como discípulos de Jesus. Precisamos resgatar valores perdidos enquanto crescemos em número, não podemos permitir que este crescimento seja um “inchaço” mais um rechaço ao império das trevas, que não prevalecerá contra a Noiva do Senhor Jesus, que deve ser sem ruga, sem mancha, santa e irrepreensível. Devemos ser a contracultura de uma cultura utilitarista e consumista. Jesus nos identificou como sal da terra e luz do mundo e o apóstolo Paulo disse para não nos conformarmos com este mundo, mas transformarmos-nos pela renovação da nossa mente, para que possamos experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.

Quero estar sempre de fora de uma Igreja que finge ser, mas no fundo só quer o ter, cujos líderes aparecerão diante do trono e ouvirão Jesus dizer – não vos conheço, apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade. ( Mt. 7 – 23 ). Líderes impostores, autoritários e não servidores.

Quero estar sempre dentro de uma Igreja que faz a vontade, do seu dono, o Senhor Jesus. Este Corpo de Cristo que atua como comunidade do amor, uma Igreja servidora, que brilha diante dos homens com boas obras, que faz o bem sem olhar a quem. Como disse o Arcebispo William Temple: A Igreja é a única sociedade cooperativa no mundo, que existe em benefício dos que não são membros. Combina com a afirmação do Pr. Dietrich Bonhoeffer: A Igreja só é Igreja quando o é para os de fora. Esses homens estão apontando para o fato de que a Igreja é, essencialmente, uma comunidade de discípulos de Jesus em missão no mundo. Igreja que anuncia as Boas Novas de salvação, para amigos, parentes, vizinhos e gente de todas as línguas povos e nações. . .

Quero estar sempre dentro de uma Igreja que reconhece que está se aperfeiçoando, uma Igreja em obra, os agraciados por Deus. Consciente que a pesar da existência dos falsos profetas não opta por uma espiritualidade disfuncional baseada na solidão e na autonomia. Como disse Ricardo Agreste: O desafio que temos é buscarmos uma comunidade que incentiva uma espiritualidade cristã consciente e madura. Que se submete à orientação de pastores e líderes que demonstram compromisso com o caráter de Cristo, como encontramos nas Escrituras: Não deixemos de reunir-nos como Igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros... He. 10.25. “A convivência comunitária é imprescindível para o cuidado mútuo”. Lembrem-se dos seus líderes, que lhes falaram a palavra de Deus. Observem bem o resultado da vida que tiveram e imitem a sua fé. He. 13.7. Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês. He. 13.17.

A nossa Comunidade Salvador Sal e Luz deve está enquadrada no rol das que fazem a vontade do seu dono, o Senhor Jesus, Aquele que nos remiu com o seu precioso sangue. A Ele toda glória pelos séculos dos séculos amém. É nele que vivemos, nos movemos e existimos... ( At. 17.28). Nesta Igreja eu tô dentro e você?

Jarbas Matos Santos
Pastor

quarta-feira, 9 de junho de 2010

FORÇA PARA VIVER

Força para viverViver é muito perigoso... Porque aprender a viver é que é o viver mesmo... Travessia perigosa, mas é a da vida. Sertão que se alteia e abaixa... O mais difícil não é um ser bom e proceder honesto, dificultoso mesmo, é um saber definido o que quer, e ter o poder de ir até o rabo da palavra.Viver é muito perigoso, dizia Guimarães Rosa pela boca do memorável Riobaldo. A vida tem mesmo seus altos e baixos e, além da dificuldade de saber a direção, falta a cada um a força e a competência de seguir em frente. Os obstáculos se multiplicam. A vida é contingente: cheia de imprevistos e surpresas, boas e ruins. Uma proposta para morar longe, um diagnóstico inesperado, a chegada de um bebê, um assalto, um desmoronamento, o cancelamento do vôo, a festa de aniversário, os amigos ao redor da mesa e a demissão inesperada. Além disso, a doença da mãe, o imposto de renda, as aventuras dos filhos e o sobrepeso, obesidade mesmo, denunciada pelo espelho e pela calça que já não se usa mais. E tem também a teimosia dos vícios, as dores da alma, a insegurança emocional, os conflitos relacionais, a culpa, o medo, a ansiedade e a síndrome do pânico – ai que medo. Tem que arrumar o quarto, buscar a roupa na lavanderia, votar para presidente e superar o divórcio. O show não pode parar. E porque viver é muito perigoso, aprender a viver é imperativo.Como enfrentar a travessia? Já que navegar é preciso e viver não é preciso, como dizia o poeta português. Viver é necessário. É preciso viver, não há que desistir da vida. Mas viver é perigoso, justamente porque não é preciso – não é exato. Não é possível singrar a vida como quem corta os mares. A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá, disse o Chico brasileiro.Acho que foi por isso que o sábio Salomão começou a escrever seu Eclesiastes. Queria aprender a viver. Dedicou o coração para saber, inquirir e buscar a sabedoria e a razão das coisas. E concluiu que a verdade está no distante e profundo. A vida é mistério. Viver continuará sendo sempre perigoso. Então apareceu Jesus. Não negou a contingência da vida, nem iludiu os seus com promessas falsas e fantasiosas. Mas apontou um caminho. Apresentou seu Pai aos homens e os homens ao seu Pai. Autorizou todo mundo a buscar, usar e abusar de seu Pai.Jesus disse a todos: Chamem pelo Abba. Ele os ouvirá. Falem com ele em meu nome. Batam na porta. Busquem. Peçam. Gritem. Importunem meu Pai, de dia e de noite. A porta se abrirá. Vocês acharão o meu Pai. Vocês receberão respostas. Serão recompensados pela sua busca, jamais ficarão sem galardão. Meu Pai é atento e cuidadoso. Meu Pai é bom. Meu Pai é amor. Não tenham medo dele.
Não se escondam dele. Não fujam dele. Corram para os braços dele. Ele cuida de flores e passarinhos. Vai cuidar de vocês. Sigam os meus passos. Foi o que fiz. Fechem a porta do quarto e façam suas orações. Eu atravessei a vida de joelhos. E venci. Eu venci o mundo, eu venci o mal, eu venci a morte. E vocês também poderão vencer. Não desistam. Não tenham medo. Viver é perigoso. Mas a graça do meu Pai é maior que vida.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

P-PROBLEMAS E P-PERSPECTIVAS


P-PROBLEMAS E P-PERSPECTIVAS DE UM P-PROTESTANTISMO P-PAU-BRASIL É preciso pensar o protestantismo pau-brasil! Protestantismo do país pentacampeão, penta secular, pós-pentencostal, perigosamente problemático, praticamente pós-moderno! Para pensar, em prolegômenos, o protestantismo principiante do principal país português, precisamos proferir palavras propriamente planejadas, previamente preparadas, pesquisando os períodos do protestantismo pau-brasil: partindo-se do pioneiro e principiante, e prosseguindo até o presente e pós-moderno. Possivelmente poderemos prosseguir pincelando o painel polimorfo protestante! Podemos prosseguir? Perfeitamente! O primeiro protestantismo é o principiante, o primogênito. Primaveril! Parece-me plácido, progressista, platônico e promissor. Produziu profusamente pastores, presbíteros, pregadores e professores. Padeceu perigosamente pelo poder dos padres, pois era protestantismo de persuasão! Porém, prosseguiu, proclamando a Palavra. Para os pesquisadores, pendia para a perspectiva pró-saxônica. Por isso, pasmem! Perdeu a possibilidade de preconizar uma perspectiva protestante pau-brasil. Praticou a perigosa polarização, protelando um protestantismo palpavelmente pentacampeão, um protestantismo perfeitamente pau-brasil. Podemos permanecer perplexos! Pouco passou para o protestantismo preguiçoso projetar-se. Perfeito protetor do passado, o protestantismo preguiçoso priorizou a preservação do pretérito! Progressista e paleozóico, pôs em prisão a profecia! Pôs-se a prosseguir paulatinamente pelo pavimento pachorrento da postergação. “Podemos praticar posteriormente”, pensavam. Para que pressa? Pianissimamente, premiou os prelúdios e os poslúdios. Preconizou as prerrogativas de uma prepotência possivelmente putrefata! Pouco pôde prevalecer, pois permitiu a pluralização parcimoniosa do protestantismo principiante! Era pouco popular, porém pertencia ao “pequeno povo”. Ponderado, premeditado, predeterminado, parou! Praticamente parou! Parou por que? Petrificou! Petrificou para propalar o paternalismo, preservando o personalismo profundamente presente no povo pau-brasil. Pareceu-me parcialmente paranóico, permeado pelo pavor: pavor de prosseguir, pavor de permutar, pavor de prejudicar o passado! Puxa! O protestantismo posterior é o protestantismo pró-pentecostes! Pôs os preteristas em polvorosa! Passou a possuir o perfil de protestantismo propagador! Pareceu prejudicar os plácidos e praticar a preteritoclastia! Passou a pender para uma perspectiva possivelmente pau-brasil. Porém, perseguiu o prazer e profetizou a proibição! Prosseguiu proclamando um protestantismo de Parusia. Passou a pregar pomposamente! Porém, passou a possuir a preferência dos pobres. Pôde pregar e profetizar propriamente para os pobres, os paupérrimos, os piores pervertidos e os pretos preterido pelos poderosos perversos. Precipitadamente, preferiu o profeta e preteriu perigosamente o professor! Possivelmente por isso, passou a pulverizar. Pulverizou em partículas pequeninas, precipitando-se num perfil pavorosamente perturbador! Pôs-se a projetar pontífices próprios. Passou a prognosticar, promover prodígios, perseguir principados e potestades. Proporcionou e potencializou plenamente o perfil polimorfo do protestantismo presente. Paralelamente, projetou-se o protestantismo possivelmente pró-proletariado. Propulsionado por perspectivas políticas, pendeu para um posicionamento predominante em parte do planeta que preconizava a polarização “proletariado-poderosos”. Posicionamente que pulula! Pareceu-me prioritariamente político. Passou a preterir o púlpito, e permutou-o pelo palanque. O pastor-pregador preferiu passar-se por político-prometedor. Perderam-se os papéis! Passaram a praticar a parcialidade, pixando os pecados perversos dos povos poderosos, pisoteando os principais da pirâmide do poder. Porém, politicamente predeterminados, passaram a prender a Palavra para poupar os perversos que possivelmente protegiam o proletariado e praticavam os próprios pecados dos poderosos. Pode? Perdidos, passaram a piscar passionalmente para o pensamento pós-cristão, para os profetas das psicologias prevenidas para com a Palavra e para uma pulverização pós-moderna e perdida do próprio pensamento. Perderam a perspectiva! Preteriram o porto da partida. Procuram o porto promissor, possivelmente perdidos em perspectivas e prazeres passageiros. Papelão! Que Papelão!
Prometendo progredir, pretendo pensar no perfil do protestantismo posterior, o protestantismo pós-pentecostal. Plenamente pós-moderno, é prenhe de problemas perigosíssimos. É perfeitamente paliativo. Passou a proporcionar aos pobres a perspectiva dos poderosos: a prata pode preencher e é prioridade. É o protestantismo do poder, da prosperidade e da psicose. O pastor-profeta passou a possuir o perfil papagueador-promotor. Passa-se por psicólogo, e péssimo psicólogo! Pulverizados na perscrutação da Palavra, porém perversamente projetados pela pragmática da prata, preferem preterir e pisar as palavras dos principais pensadores do próprio protestantismo. Os pós-pentecostais prescrevem práticas parvas e pueris! Proclamam perspectivas perdidas, pisoteando a precisão do pensar! Preconizam pensamentos paliativos! Parecem predeterminados a promover o perecimento pleno dos próprios pobres. Para os pesquisadores, é pretenso protestantismo! Prostituiu-se! Perdeu-se em promiscuidade! Pobre protestantismo! Pobre protestantismo! É preciso praticar o pranto! Paremos com o pessimismo, pois o protestantismo é promissor, pujante e prevalecente. Precisamos pensar e praticar passionalmente o protestantismo parelhado com a Palavra. Para podermos prevalecer, precisamos ponderar e prosseguir. A primeira ponderação é a prioridade da Palavra. Pressuposto primordial! Precisamos pesquisar, perquirir e pescrutar a Palavra. Propulsionados pelo perscrutar persistente da Palavra do Pai poderemos perfeitamente prosseguir. Os preceitos da Palavra perfazem o próximo passo. Precisamos praticar os preceitos do Príncipe da Paz. Palavra e Prática prosseguem em par! Por fim, penso que precisamos priorizar a prece. Perscrutar e praticar a palavra prepara o profeta, o pregador, o pastor a proferir palavras para o Pai Perene. Praticar a prece profetiza o prevalecer perpétuo pelo poder do Pai. Palavra, Preceito e Prece. Perfil perpétuo para o povo do Pai Perene e do Príncipe da Paz. Para sempre permanece a Palavra …

(Psalmus 119.89)

Luiz Sayão
Pastor e Professor

PAU QUE NASCE TORTO MORRE TORTO?


PAU QUE NASCE TORTO MORRE TORTO?


Luiz Sayão“Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe” (Salmos 51:5). Nas últimas décadas tem havido um grande debate nos meios acadêmicos sobre o fator determinante dos atributos humanos. Antes da modernidade, acreditava-se que grande parte dos problemas do homem tinha origem no mundo espiritual. Os doentes mentais, por exemplo, eram sempre vistos como possuídos por um espírito mau. Com o florescimento do método científico e com a multiplicidade metodológica das diversas ciências, a realidade humana passou a ser interpretada mormente a partir de dois enfoques: ambiental e genético. Isso quer dizer que a origem de nosso comportamento, ou procede da influência do ambiente onde vivemos, ou está determinada geneticamente. Desde os anos 1950, houve uma tendência de valorizar o ambiente como principal fator determinador do comportamento humano. Talvez isso possa ser entendido como uma reação ao pesadelo nazista e às teorias racistas e supremacistas presentes principalmente no mundo germânico e anglo-saxão. Assim, muitos antropólogos, psicólogos e sociólogos enfatizaram muito que o contexto à nossa volta molda o nosso jeito de ser.


Aparentemente, o enfoque tem sido mudado nos últimos 20 anos. A sofisticação tecnológica, os estudos sobre o DNA humano e as demais pesquisas genéticas mais recentes têm valorizado a base genética do comportamento humano. A partir daí, muitos têm enfatizado que “engordar muito” pode ser mais genético do que por falta de bons hábitos. As doenças graves têm hora marcada para aparecer, já definidas no próprio DNA humano. Para surpreender a muitos, têm surgido sugestões de que “trair o cônjuge”, “ser estuprador”, “ser assassino”, “possuir tendência heterossexual, homossexual, bissexual ou pansexual” é fator determinado pelo código genético humano. Pareceque o enfoque genético deve receber muita atenção nos próximos anos. Até no campo da lingüística, a teoria da linguagem inata de Chomsky, com a sugestão de que todas as línguas humanas possuem uma “sintaxe básica geral” determinada biologicamente, tem recebido crédito maior. Enquanto isso, os religiosos, dentre eles, muitos evangélicos, ficam assustados diante da possibilidade de que muitos dos comportamentos rejeitados pelo cristianismo histórico venham a ser“finalmente explicados e justificados pela ciência”. A verdade é que muitos estão realmente confusos.Voltando nossa atenção para o texto sagrado, certamente encontramos muita luz sobre o assunto (para variar!). Quando lemos o salmo 51, notamos que a poesia davídica é uma confissão de pecado. O salmista confessa duplamente sua situação de pecado perante Deus.


No versículo 4, ele afirma que pecou contra Deus, isto é, cometeu um ato que fere o padrão moral divino. Por isso, ele lamenta e confessa que Deus tem todo o direito de julgá-lo. Quando lemos o versículo 5, o texto diz literalmente no hebraico: “Eis que fui formado em iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” O significado do texto não é difícil de ser captado. A idéia não é que ele nasceu de um ato pecaminoso em si (ato sexual). Isso não faz sentido no contexto. A NVI corretamente traz o sentido do texto: “Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe.” O salmista simplesmente descobre que o seu problema não foi apenas determinado pelo ambiente. Considerando que o salmo descreve o arrependimento de Davi pelo pecado de adultério com Bate-Seba, o texto mostra que, além dos fatores que possibilitaram a prática do mal, o problema mais sério é que“nascemos” pecadores. Em linguagem bem simples, temos “defeito de fábrica”. Historicamente, a teologia tem chamado isso de “pecado original” ou “natureza pecaminosa”. O problema é que depois de anos de doutrinação humanista, a maioria de nós acredita que nascemos “neutros” ou até mesmo “bons”. Somente depois, por causa de fatores externos, é que nosso comportamento pode ser prejudicado. O pensamento bíblico não precisa temer nenhuma ciência. De fato, o nosso comportamento tem origem espiritual, ambiental e genética. Os três fatores interagem de modo complexo na experiência humana. Um não exclui o outro. Por isso, ainda que se possa comprovar (e provavelmente o farão) que muitos comportamentos perversos do ser humano possam estar relacionados diretamente a um fator genético, isso jamais exclui o “erro objetivo”, jamais “exclui a culpa” e nunca “pode ser justificado”.Será que a presença de muita testosterona em um indivíduo deveria“justificar” um estupro? Talvez ajude a explicar em parte o ocorrido. Hormônios que favoreçam nossa agressividade poderiam “justificar” um homicídio? Podemos afirmar que uma tendência humana perversa ou a prática de um comportamento humano nocivo deve ser “redimido” por ser considerado “natural” ou “biologicamente” explicável? É claro que não! Assim adultério, práticas homossexuais, dependência de drogas, alcoolismo, etc., permanecem como práticas indesejáveis!


É por essa razão que a única esperança está em Cristo. Seu Evangelho nos dá a grande liberdade de transcendermos nossas terríveis limitações tão bem expostas pelos filósofos existencialistas e pelos pesquisadores da genética. Ainda que tenhamos feito o mal e nossas tendências pecaminosas existam desde o nascimento, podemos orar como Davi e crer que seremos perdoados e ganharemos forças para lidar com nossa fragilidade. Isso é extraordinário, pois, finalmente, podemos contar com a realidade de que, apesar do que somos, da criação que recebemos, das limitações culturais e de toda a carga genética letal que tenhamos herdado, por causa de Cristo e de Seu Evangelho, “pau que nasce torto não precisa morrer torto”.


Luiz Sayão é lingüista, editor acadêmico de Edições Vida Nova e ganhou o prêmio

Abec de Personalidade Literária