quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sem exclusos

A maioria de nós, em boa parte do tempo, se sente excluída – desajustada. Não nos sentimos parte de algo. Outros parecem estar tão confiantes, tão certos de si mesmos, “tão dentro” que conhecem os atalhos, os chefões de um clube do qual estamos excluídos.
Uma das maneiras que temos de responder a isso é formarmos o nosso próprio clube, ou nos juntarmos a um que nos aceite. Eis aqui ao menos um lugar onde estamos “dentro” e os outros “fora”. Os clubes variam de ajuntamentos informais a formais: políticos, sociais, culturais e econômicos. Uma coisa, no entanto, que eles têm em comum é o princípio da exclusão. Identidade ou valor são conquistados ao se excluir a todos, exceto os escolhidos. O preço terrível que pagamos por manter todas aquelas outras pessoas de fora a fim de saborearmos a doçura de estarmos dentro é uma redução da realidade, um encolhimento da vida.
Em nenhum outro lugar esse preço é mais terrível que quando pago na causa da religião. No entanto, a religião tem uma longa história de atos como esses, de redução dos imensos mistérios de Deus à respeitabilidade das regras do clube, do encolhimento da vasta comunidade humana a uma “membresia”. Com Deus, no entanto, não há excluídos.

“Deus é o Deus dos não-judeus excluídos e dos judeus incluídos. Como poderia ser diferente, uma vez que há somente um Deus? Deus coloca em ordem todos os que recebem de bom grado sua ação e se integram a ela, tanto os que seguem seus sistemas religiosos quanto os que nunca ouviram de nossa religião.” – Romanos 3.29b – 30.

Eugene Peterson. Extraído do Livro “Um ano com Eugene Peterson”

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