A Lagartixa
Um conferencista compareceu ante o auditório superlotado, carregando consigo um pequeno fardo.
Após cumprimentar os presentes, em silêncio, enfeitou uma mesa forrada com toalha branca de seda, com dezenas de pérolas que trouxera no embrulho e com várias dúzias de flores frescas e perfumadas.
Em seguida retirou da sacola diversos enfeites de expressiva beleza, e os distribuiu sobre a mesa com graça.
Logo depois, diante do assombro de todos, em meio aos demais objetos, colocou uma pequenina lagartixa, num frasco de vidro.
Só então se dirigiu ao público perguntando:
- O que os senhores estão vendo?
E algumas vozes responderam discordantes:
- Um bicho!
- Um lagarto horrível!
- Uma larva!
- Um pequeno monstro!
O conferencista então considerou:
- Assim são o espírito da crítica destrutiva, meus amigos! Os senhores não enxergaram o forro de seda branca que recobre a mesa. Não viram as flores, nem sentiram o seu perfume. Não perceberam as pérolas, nem as outras preciosidades.
Mas não passou despercebida, aos olhos da maioria, a pequena lagartixa...
E, sorridente, concluiu:
- Me pediram para subir a este palco para falar sobre crítica, portanto, nada mais tenho a dizer.
Quantas vezes não nos temos feito cegos para as coisas valorosas da vida e das pessoas? Se seu filho mostra seu boletim escolar repleto de boas notas, mas com apenas uma nota baixa em determinada matéria, qual é a sua reação? Você enfatiza e elogia as notas boas, ou reclama da nota baixa? Quando agimos assim, sem perceber, podemos estar contribuindo para a formação de uma geração que será caracterizada pelo que não são, e não por aquilo que são.
E assim acontece em muitas situações da nossa vida; em vez de focarmos nas flores e nas pérolas, colocamos nossa atenção na lagartixa.
Tente substituir a crítica pelo elogio e pelo reconhecimento. Você vai perceber que isso tornará a vida de todos, e principalmente a sua, muito melhor!
Tenham uma ótima semana.
Abraços,
terça-feira, 25 de maio de 2010
A tentação do ativismo
Por Henri Nouwen
Os discípulos falam de suas ações como manifestações da presença ativa de Deus. Eles agem, não para provar o seu próprio poder, mas para mostrar o poder de Deus; agem, não para redimir as pessoas, mas para revelar a graça redentora de Deus; agem, não para criar um mundo novo, mas para abrir corações e ouvidos para aquele que está sentado no trono e diz:
"Eis que faço novas todas as coisas" (Ap 21.5).
Em nossa sociedade, que equipara o valor com a produtividade, a ação paciente é muito difícil. Estamos tão propensos a nos preocupar em fazer algo que tem valor, em realizar mudanças, planejar, organizar, estruturar e restaurar, que muitas vezes parece que esquecemos que não somos nós que redimimos, mas Deus. Estar "ocupado", estar "onde está a ação", estar "no auge das coisas", muitas vezes parece ter-se tornado a própria meta a ser atingida. Nós então esquecemos que a nossa vocação não é demonstrar os nossos poderes, mas a misericórdia de Deus.
A ação como forma da vida compassiva é prática difícil, justamente porque nós somos tão carentes de reconhecimento e de aceitação. Esta carência pode facilmente nos levar a nos conformarmos com a expectativa de que iremos oferecer algo de "novo". Numa sociedade que está interessada em novos encontros, tão ávida por novos acontecimentos, e tão sedenta de novas experiências, é difícil alguém não ser seduzido para um ativismo impaciente. Dificilmente nos damos conta desta sedução, especialmente porque aquilo que fazemos é tão obviamente "bom e religioso". Mas até mesmo o estabelecimento de um programa de ajuda, de alimentação dos que estão com fome e de assistência aos doentes pode ser mais uma expressão de nossas próprias necessidades do que um chamado de Deus.
Mas não sejamos tão moralistas a respeito disso: nunca poderemos alegar motivos isentos de interesse próprio, e é melhor agir com aqueles e por aqueles que sofrem do que esperar até que tenhamos completamente sob controle nossas próprias necessidades e os impulsos altruístas agindo plenamente em nós. Entretanto, é importante permanecermos críticos em relação às nossas tendências ativistas.
Quando as nossas próprias necessidades começam a dominar as nossas ações, o serviço a longo prazo torna-se difícil, e nós logo ficamos exaustos, esgotados e até mesmo exacerbados pelos nossos esforços.
A fonte mais importante para combater a tentação constante de ceder ao ativismo é a consciência de que em Cristo tudo foi consumado. Esta consciência deveria ser estendida, não como um discernimento intelectual, mas como um entendimento na fé. Enquanto continuamos a agir como se a salvação do mundo dependesse de nós, carecemos da fé que move montanhas. Em Cristo, o sofrimento e a dor humana já foram aceitos e suportados; nele, a nossa humanidade enfraquecida foi reconciliada e admitida na intimidade do relacionamento entre o Pai e o Filho. Por isso, a nossa ação deve ser entendida como uma prática pela qual nós tornamos visível aquilo que já foi consumado. Esta ação se baseia na fé de que nós pisamos em terreno sólido mesmo quando estamos cercados pelo caos, pela confusão, pela violência e pelo ódio.
Deus não é um Deus de ódio e de violência, mas um Deus de ternura e de compaixão. Talvez somente aqueles que muito sofreram entenderão o que significa que Cristo sofreu as nossas dores e consumou a nossa reconciliação na cruz.
Henri Nouwen (1932 - 1996), escritor, preletor e mentor espiritual, foi professor nas Universidades de Harvard, Yale e Notre Dame, e passou a última década de sua vida pastoreando uma comunidade voltada para o cuidado de deficientes mentais, chamada Daybreak, em Toronto, Canadá
Por Henri Nouwen
Os discípulos falam de suas ações como manifestações da presença ativa de Deus. Eles agem, não para provar o seu próprio poder, mas para mostrar o poder de Deus; agem, não para redimir as pessoas, mas para revelar a graça redentora de Deus; agem, não para criar um mundo novo, mas para abrir corações e ouvidos para aquele que está sentado no trono e diz:
"Eis que faço novas todas as coisas" (Ap 21.5).
Em nossa sociedade, que equipara o valor com a produtividade, a ação paciente é muito difícil. Estamos tão propensos a nos preocupar em fazer algo que tem valor, em realizar mudanças, planejar, organizar, estruturar e restaurar, que muitas vezes parece que esquecemos que não somos nós que redimimos, mas Deus. Estar "ocupado", estar "onde está a ação", estar "no auge das coisas", muitas vezes parece ter-se tornado a própria meta a ser atingida. Nós então esquecemos que a nossa vocação não é demonstrar os nossos poderes, mas a misericórdia de Deus.
A ação como forma da vida compassiva é prática difícil, justamente porque nós somos tão carentes de reconhecimento e de aceitação. Esta carência pode facilmente nos levar a nos conformarmos com a expectativa de que iremos oferecer algo de "novo". Numa sociedade que está interessada em novos encontros, tão ávida por novos acontecimentos, e tão sedenta de novas experiências, é difícil alguém não ser seduzido para um ativismo impaciente. Dificilmente nos damos conta desta sedução, especialmente porque aquilo que fazemos é tão obviamente "bom e religioso". Mas até mesmo o estabelecimento de um programa de ajuda, de alimentação dos que estão com fome e de assistência aos doentes pode ser mais uma expressão de nossas próprias necessidades do que um chamado de Deus.
Mas não sejamos tão moralistas a respeito disso: nunca poderemos alegar motivos isentos de interesse próprio, e é melhor agir com aqueles e por aqueles que sofrem do que esperar até que tenhamos completamente sob controle nossas próprias necessidades e os impulsos altruístas agindo plenamente em nós. Entretanto, é importante permanecermos críticos em relação às nossas tendências ativistas.
Quando as nossas próprias necessidades começam a dominar as nossas ações, o serviço a longo prazo torna-se difícil, e nós logo ficamos exaustos, esgotados e até mesmo exacerbados pelos nossos esforços.
A fonte mais importante para combater a tentação constante de ceder ao ativismo é a consciência de que em Cristo tudo foi consumado. Esta consciência deveria ser estendida, não como um discernimento intelectual, mas como um entendimento na fé. Enquanto continuamos a agir como se a salvação do mundo dependesse de nós, carecemos da fé que move montanhas. Em Cristo, o sofrimento e a dor humana já foram aceitos e suportados; nele, a nossa humanidade enfraquecida foi reconciliada e admitida na intimidade do relacionamento entre o Pai e o Filho. Por isso, a nossa ação deve ser entendida como uma prática pela qual nós tornamos visível aquilo que já foi consumado. Esta ação se baseia na fé de que nós pisamos em terreno sólido mesmo quando estamos cercados pelo caos, pela confusão, pela violência e pelo ódio.
Deus não é um Deus de ódio e de violência, mas um Deus de ternura e de compaixão. Talvez somente aqueles que muito sofreram entenderão o que significa que Cristo sofreu as nossas dores e consumou a nossa reconciliação na cruz.
Henri Nouwen (1932 - 1996), escritor, preletor e mentor espiritual, foi professor nas Universidades de Harvard, Yale e Notre Dame, e passou a última década de sua vida pastoreando uma comunidade voltada para o cuidado de deficientes mentais, chamada Daybreak, em Toronto, Canadá
sexta-feira, 21 de maio de 2010
“CARISMA SEM CARÁTER É CATASTRÓFICO”
O transbordar de uma árvore frutífera é o seu fruto, o transbordar de uma roseira é a rosa, o transbordar de uma jaqueira é a jaca, de uma macieira é a maçã...
O transbordar do Espírito Santo é o seu fruto: Amor...
Uma vida transbordante do Espírito vive na dimensão do amor, da paz, da mansidão, da alegria, da bondade, da longanimidade, da fidelidade, da benignidade e do domínio próprio. O Espírito Santo é Deus e Deus é amor. “Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus”.
A nossa religião começa a partir de Deus, que nos amou primeiro e nos manda amá-lo com todo o nosso coração, com todas as nossas forças e ao próximo como a nós mesmos. Não dar para medir este “de todo o nosso coração e de todas as nossas forças”, mas é nesta intensidade que Ele deseja ser amado.
Agostinho disse – Em me amares fizeste-me amável. O apóstolo João disse que o que faz verdadeiro o nosso amor para com Deus é o nosso amor para com o nosso irmão.
Para haver relacionamento vertical se faz necessário o relacionamento horizontal, isso nos faz lembrar o sinal da cruz. Seremos mentirosos se dissermos que amamos a Deus e odiamos aos nossos irmãos, pois é mais fácil amarmos a quem vemos do que a quem não vemos.
“Carisma sem caráter é catastrófico”. Os dons do Espírito têm a ver com o serviço e o fruto com o caráter do cristão. A Igreja existe para amar. “Nisto conhecereis que sois os meus discípulos se vos amardes uns aos outros”. Só assim seremos conhecidos como verdadeiros discípulos de Jesus.
Ariovaldo Ramos, em seu ensino sobre o amor como conteúdo do universo, informa que o mesmo é a resiliência da fé cristã, inspirado no apóstolo Paulo, que escreveu aos Romanos capítulo oito, o texto quem nos separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus? Ninguém, nada nos separará do amor de Cristo: nem principados, nem potestades, nem altura, nem largura, nem profundidade, nem angústia ou perseguição, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Jesus Cristo nosso Senhor.
Se cultivarmos a prática deste fruto do Espírito Santo, Deus que habita em nós, desfrutaremos da plenitude do reino de Deus, o amor reinará em todos os corações, todos amarão e serão amados. Que maravilha!
Jarbas Matos Santos – Pr. Da Igreja Batista Salvador Sal e Luz – Bela Vista De Brotas – Rua Guiomar Florence – 45 – Salvador- Ba.
O transbordar de uma árvore frutífera é o seu fruto, o transbordar de uma roseira é a rosa, o transbordar de uma jaqueira é a jaca, de uma macieira é a maçã...
O transbordar do Espírito Santo é o seu fruto: Amor...
Uma vida transbordante do Espírito vive na dimensão do amor, da paz, da mansidão, da alegria, da bondade, da longanimidade, da fidelidade, da benignidade e do domínio próprio. O Espírito Santo é Deus e Deus é amor. “Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus”.
A nossa religião começa a partir de Deus, que nos amou primeiro e nos manda amá-lo com todo o nosso coração, com todas as nossas forças e ao próximo como a nós mesmos. Não dar para medir este “de todo o nosso coração e de todas as nossas forças”, mas é nesta intensidade que Ele deseja ser amado.
Agostinho disse – Em me amares fizeste-me amável. O apóstolo João disse que o que faz verdadeiro o nosso amor para com Deus é o nosso amor para com o nosso irmão.
Para haver relacionamento vertical se faz necessário o relacionamento horizontal, isso nos faz lembrar o sinal da cruz. Seremos mentirosos se dissermos que amamos a Deus e odiamos aos nossos irmãos, pois é mais fácil amarmos a quem vemos do que a quem não vemos.
“Carisma sem caráter é catastrófico”. Os dons do Espírito têm a ver com o serviço e o fruto com o caráter do cristão. A Igreja existe para amar. “Nisto conhecereis que sois os meus discípulos se vos amardes uns aos outros”. Só assim seremos conhecidos como verdadeiros discípulos de Jesus.
Ariovaldo Ramos, em seu ensino sobre o amor como conteúdo do universo, informa que o mesmo é a resiliência da fé cristã, inspirado no apóstolo Paulo, que escreveu aos Romanos capítulo oito, o texto quem nos separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus? Ninguém, nada nos separará do amor de Cristo: nem principados, nem potestades, nem altura, nem largura, nem profundidade, nem angústia ou perseguição, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Jesus Cristo nosso Senhor.
Se cultivarmos a prática deste fruto do Espírito Santo, Deus que habita em nós, desfrutaremos da plenitude do reino de Deus, o amor reinará em todos os corações, todos amarão e serão amados. Que maravilha!
Jarbas Matos Santos – Pr. Da Igreja Batista Salvador Sal e Luz – Bela Vista De Brotas – Rua Guiomar Florence – 45 – Salvador- Ba.
Assinar:
Postagens (Atom)