Pai-nosso, que estás no céu
Reconhecemos Deus como PAI, e criador do mundo, fonte da vida e de todo bem. Um pai que, sem distinções, quer o bem de seus filhos e filhas. Não dizemos “Pai meu”, dizemos “Pai-nosso”, e com isso assumimos que fazemos parte de uma única grande família, em que todas as pessoas têm os mesmos direitos... Chamar Deus de “Pai-nosso” é um motivo de alegria e também de compromisso.
Santificado seja o teu nome
Quando nós, como obra de Deus, permitimos a injustiça e não nos interessamos pelo bem dos irmãos, estamos desmoralizando a obra do Criador, deixamos de santificar o nome de Deus. Não basta orar e louvar, frequentar cultos, ler a Bíblia... Bons filhos e filhas fazem o “bom nome” de uma família. Santificar o nome de Deus é ter atitudes que reflitam a bondade, a justiça, a fraternidade que o Criador espera de nós.
Venha o teu Reino
Jesus veio anunciar o Reino de Deus. Disse que seu Reino não era como os reinos deste mundo, onde os mais poderosos querem tudo e desprezam os pequenos. Os “benditos do Reino” são as pessoas que socorrem os irmãos em todas as necessidades, as que partilham, as que promovem a justiça. Ao falar de ambição e poder, Jesus pediu: “Entre vocês não seja assim” (Mt 20,26). É muito incoerente pedir que o Reino de Deus venha e não agir de acordo com os valores desse Reino.
Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu
Seria absurdo imaginar um céu com pessoas que acumulam todos os bens e deixam a multidão sem nada. Para a terra ficar cada vez mais parecida com o céu, junto com Deus, temos que criar um mundo mais fraterno, promover a justiça, distribuir melhor o que deve ser de todos.
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje
O pão representa o essencial para viver, não o supérfluo. Pedimos o pão “nosso”, não o “meu pão”. E pedimos o que precisamos para cada dia, não para acumular. Esse pedido nos compromete tanto com a partilha como com um consumo mais simples para que todos tenham o pão de cada dia.
Perdoa-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
Outras versões do Pai-Nosso chamam essas “ofensas” de “dívidas”, usando um termo da economia. Ofendemos a Deus e ficamos em “dívida” com ele quando vivemos de modo a prejudicar o irmão. E Jesus nos diz: perdoa se queres ser perdoado. Em outras palavras: nossos “acertos de conta” com Deus só podem ser feitos através de uma atitude justa, fraterna e solidária com o nosso próximo.
E não nos deixes cair em tentação
As tentações do consumo irresponsável, da acumulação exagerada, da exploração dos mais desamparados nos cercam o tempo todo. Para não cair em tentação precisamos estar atentos às consequências do que fazemos e do que deixamos de fazer.
Mas livra-nos do mal
O maior mal é afastar-se de Deus e desconsiderar a dignidade do ser humano, perder o rumo é não se importar com o sofrimento das outras pessoas, é se fechar num comportamento egoísta, pouco fraterno e pouco solidário.
Pois teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém.
O Reino, o poder e a glória de Deus são diferentes daquilo que este nosso mundo chama de “sucesso”. Mostraremos ser cidadãos desse Reino, testemunhas do poder e da glória de Deus, vivendo realmente como família solidária, sem nenhum culto a outros “senhores” como o dinheiro, a nossa vaidade, o egoísmo que desvalorizam os outros filhos e filhas de Deus nosso Pai.
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